quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Curativo de pele de tilápia é usado em 30 pacientes queimados no Ceará



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: G1


Trinta pacientes do Centro de Queimados do Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, recebem tratamento inédito: um curativo biológico desenvolvido a partir da pele do peixe tilápia como alternativa no tratamento de lesões das queimaduras. O estudo, desenvolvido por pesquisadores do Ceará, Pernambuco e Goiás, oferece inúmeras vantagens frente ao tratamento tradicional, de acordo com o cirurgião plástico coordenador da pesquisa, Edmar Maciel.
"Na rede pública do Brasil, o tratamento de queimaduras é feito com uma pomada ou creme a base de sulfadiazina de prata, que é um antimicrobiano. Essa pomada só age por 24 horas e a cada 24 horas tem que ser removida, num processo de limpeza da área com sabão apropriado e um curativo. Isso causa dor ao paciente que tem de tomar anestesia ou analgésicos, interferindo no processo de cicatrização", explica o médico.
"O que a pele faz, e isso não é específico da pele da pele da tilápia - outras peles como a humana, como a pele do cão, do porco - é aderir ao leito da ferida. Grudando, faz um tamponamento do leito e, com isso, evita a contaminação de fora para dentro da ferida. Isso evita que o paciente perca líquidos (plasma e proteína) e, com isso, não espolie o paciente. Aí sim, diminui a troca de curativos, a dor e o trabalho da equipe - que não tem que fazer limpeza e curativos diariamente - e, consequentemente, os custos do tratamento", ressalta.
Segundo o médico, na Europa e Estados Unidos o tratamento de queimados já é feito com pele homóloga (humana) ou heteróloga (animal). Mas o desenvolvimento de um curativo biológico com base em animais aquáticos é inédito no mundo e já se encontra na segunda fase clínica, com testes em seres humanos,  no tratamento de pacientes do Núcleo de Queimados do IJF. A pesquisa vem sendo realizada há mais de dois anos, no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
De acordo com os pesquisadores, logo nas primeiras etapas do estudo, a utilização clínica do pele da tilápia mostrou-se promissora, tendo em vista as semelhanças do material com a pele humana, como grau de umidade, alta qualidade de colágeno e resistência. Testes em animais terrestres também descartaram possíveis riscos de contaminação com a nova técnica.
Anvisa
Foram onze etapas até a pesquisa ser apresentada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, em dezembro de 2015. A primeira etapa clínica da pesquisa, iniciada em humanos sadios para estudar se a pele de tilápia causava alergia ou sensibilidade, teve excelentes resultados, segudo os pesquisadores.
Após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Anvisa, o estudo em humanos queimados foi iniciado no IJF no segundo semestre deste ano. Dos trinta pacientes com queimaduras de 2º grau que aceitaram receber o novo tratamento, 23 já tiveram alta hospitalar. Até o final de 2016, outros 30 deverão ser submetidos ao tratamento com o curativo biológico.

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