quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Afinal, procurador da Lava Jato disse 'não temos prova, temos convicção'?



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação


Reproduzida por diversos sites e alvo de memes, a frase "não temos prova, mas temos convicção", atribuída aos procuradores da Operação Lava Jato ao apresentarem a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira (14), não foi dita, ao menos durante a apresentação e a entrevista coletiva na sequência.
A suposta frase junta falas de dois procuradores, ditas em momentos distintos da apresentação.
Em dois desses trechos, o procurador Deltan Dallagnol justifica a convicção do Ministério Público Federal (MPF) de que Lula é o comandante do esquema criminoso alvo da operação; em um terceiro, o procurador Henrique Pozzobon fala sobre o fato de não existir "prova cabal" de que Lula é "proprietário no papel" do apartamento no Guarujá usado, segundo os investigadores, para ocultar o pagamento de propina.
Veja a sequência das frases:
1. Dallagnol fala em 'convicção'
Num primeiro momento, durante a apresentação da denúncia, Dallagnol fala, ao explicar as conclusões do MPF:
"Provas são pedaços da realidade, que geram convicção sobre um determinado fato ou hipótese. Todas essas informações e todas essas provas analisadas como num quebra-cabeça permitem formar seguramente, formar seguramente a figura de Lula no comando do esquema criminoso identificado na Lava Jato."
2. Pozzobon fala em 'provas cabais'
Mais à frente, ainda durante a apresentação, Pozzobon diz:
"Precisamos dizer desde já que, em se tratando da lavagem de dinheiro, ou seja, em se tratando de uma tentativa de manter as aparências de licitude, não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento, pois justamente o fato de ele não figurar como proprietário do tríplex, da cobertura em Guarujá é uma forma de ocultação, dissimulação da verdadeira propriedade", afirma o procurador.
3. Dallagnol volta a usar o termo 'convicção'
Mais tarde, durante a entrevista coletiva, Dallagnol volta a usar o termo "convicção" para se referir a Lula ao responder à pergunta de um jornalista sobre se o ex-presidente continou a liderar o suposto esquema após deixar o cargo:
"Dentro das evidências que nós coletamos, a nossa convicção com base em tudo que nos expusemos é que Lula continuou tendo proeminência nesse esquema, continuou sendo líder nesse esquema mesmo depois dele ter saído do governo."
E também ao responder por que um dos filhos e um empresário amigo de Lula citados nas investigações não foram denunciados:
"Mas nós precisamos lembrar que as investigações continuam, o trabalho do Ministério Público não termina aqui, as investigações continuam e se nós formarmos a convicção de que eles são responsáveis por esses crimes eles serão igualmente acusados."
4. A frase que viralizou
Após a apresentação dos procuradores, a frase "não temos provas, mas temos convicção"  e uma variante, "não temos como provar, mas temos convicção", que não foi dita desta forma por Dallagnol, passou a ser publicada em diversos sites e gerou memes.



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