By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: ES HOJE – Imagem: Laureen Bessa (ES Hoje)
Segundo os policiais, a mãe foi encontrada pelos policiais no hospital, onde a criança está internada. Já o parceiro, na casa deles, localizado no município de Vila Velha. A outra criança já recebeu alta e está recebendo cuidados da avó materna.
O titular da Delegacia de Proteção à
Criança e ao Adolescente (DPCA), Lorenzo Pazolini, contou que a polícia
só tomou ciência da situação nesta segunda (9), quando a equipe do
hospital informou sobre as condições de saúde dos irmãos. Um deles,
chegou a unidade com o braço esquerdo quebrado, com diversos hematomas e
escoriações pelo corpo. Já o outro, chegou desacordado, também com
vários machucados.
“A própria mãe das crianças os levaram
para o hospital, mas somente depois que o menino com a situação mais
grave desmaiou e não acordou mais, com medo de estar morto, ela procurou
ajuda. Mas sem esperar receber informações sobre a condição deles, a
mulher foi embora os deixando para trás. O Conselho Tutelar foi acionado
e eles conseguiram entrar em contato com a avó materna dos meninos, que
os procurou de imediato no hospital. De acordo com o laudo do DML
(Departamento Médico Legal), um menino estava com o braço quebrado em
dois locais há pelo menos três a cinco dias. Já o outro, estava
desnutrido, com hemorragias internas extensas, edema cerebral, múltiplos
traumas, abdominal, torácica e craniana, o deixando em coma. Além
disso, há indícios de que ele tenha sofrido violência sexual”, declarou
Pazolini.
O pai das crianças que mora no Rio
Janeiro, já está em Vitória acompanhando o quadro de saúde dos filhos.
Em depoimento, a mãe revelou a polícia que conheceu o parceiro – um
pedreiro, de 28 anos – através de uma grupo de Whatsapp e que depois de
três semanas, eles começaram a morar juntos, em uma chácara, localizada
na zona rural de Vila Velha. O casal reside neste local há seis meses.
A versão inicial utilizada pelo casal
era que a criança tinha caído de um degrau alto da casa, mas ao ser
verificado pela perícia da PCES, o degrau citado tem de 12 a 15 cm de
altura, o que tira por completo tal explicação fornecida pelos acusados.
Contudo, na delegacia, cada um apresentou uma nova versão para o fato,
jogando a culpa um para o outro.
“Ela contou que saiu de casa e quando
voltou, as crianças já estavam nesse estado. Já o padrasto, disse que
ela saiu e quando voltou começou a bater nas crianças. Mas nós
acreditamos que as agressões foram cometidas pelos os dois. Temos
também, relatos de parentes que afirmaram que as agressões e os maus
tratos eram constantes. Já a avó materna, disse apenas que sabia que o
casal era rígido em excesso. Agora, temos uma criança em coma, com risco
de morte, ambos sofreram por dias com muita dor, esse caso criou uma
comoção policial enorme e só paramos de apurar o caso, após conseguirmos
todos os elementos que corroborasse com a prisão dos suspeitos”,
destacou o delegado.
Pazoline ressaltou ainda que a
sociedade tem um papel importante para evitar que mais casos como o
citado acima continuem acontecendo no cotidiano. “Esse tipo de violência
nos chocou, devido ao seu alto nível de crueldade contra duas crianças
de dois anos de idade. A sociedade não pode compactuar com esse tipo de
coisa, é de fundamental importância que vizinhos, parentes e qualquer
pessoa denuncie esses casos”.
Tanto a mãe dos gêmeos, quanto o
padrasto, foram indiciados pelo crime de tortura por duas vezes. Eles
estão presos com mandado temporário, mas a polícia acredita que nos
próximos dias, a justiça decrete a prisão preventiva, fazendo com que
fiquem presos até o julgamento. Se condenados, cada um pode pegar até 16
anos de reclusão.
A Secretária de Estado de Saúde (Sesa)
informou que o menino continua internado no Hospital Infantil de
Vitória, em estado grave.
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