quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Criada para proteger a mulher, Lei Maria da Penha já puniu quase 400 agressoras



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Tribuna do Ceará Imagem: Divulgação


A lei que foi criada para proteger mulheres, também pode ser usada contra elas
A Lei Maria da Penha nº 11.340 de 7 de agosto de 2006, completa este este mês, 9 anos que regulamenta casos de violência doméstica praticados contra a mulher. Porém, no artigo quinto no parágrafo único da lei, consta que as relações pessoais que são entendidas, independem de orientação sexual.
O professor de direito penal e advogado criminalista Daniel Maia declara que “se a Lei Maria da Penha só se aplicasse a defesa de mulheres e não de homossexuais, por exemplo, seria uma lei preconceituosa e inconstitucional“.
A lei protege vítimas de qualquer união que persista ou já tenha findado. Salientando que não é necessário que as partes estejam em uma relação íntima de afeto, ou seja, casados(as), ou namorado(as).
O professor ainda afirma que não necessariamente os agressores são parceiros ou parceiras em relação homoafetiva ou não: mãe, pai, irmão, irmã, filhas, filhos ou qualquer pessoa que agrida uma mulher em situação de vulnerabilidade e tenha convívio familiar com ela, é enquadrado na lei.
Mulheres presas
A lei que foi criada para proteger mulheres, também pode ser usada contra elas. Em agosto de 2011, uma mulher da cidade de Canindé que mantinha um relacionamento com outra mulher invadiu a casa da ex-companheira armada com uma faca. A agressora foi presa em flagrante com base da Lei Maria da Penha.
Há 3 anos, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça, divulgou dados que 140 mulheres foram detidas entre dezembro de 2008 e dezembro de 2012 no Brasil enquadradas no termos da lei por “causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial” contra pessoas que convivem no mesmo ambiente familiar.
Em análise dos relatórios estatísticos do sistema penitenciário brasileiro, disponível no site do Ministério da Justiça, os números quase dobraram em seis meses. Foi constatado que foram presas em junho de 2013,  4.482 pessoas enquadradas na Lei Maria da Penha, sendo 234 mulheres as agressoras, totalizando 374 encarceradas.
O perfil das vítimas não foi divulgado. Dificultando saber quantas mulheres em relação íntima de afeto, ou simplesmente familiar foram agredidas. Também não é possível saber quantos homens foram vítimas das agressoras, visto que há relatos de pessoas do sexo masculino que já foram protegidos pela lei.
Ainda não foi divulgado os números que esclarecem quantas mulheres foram presas entre dezembro de 2013 a junho deste ano. Segundo a Delegada Titular da Delegacia da Mulher de Fortaleza, Dra. Rena Gomes Moura, os números tendem a aumentar, e o motivo crescente de agressoras detidas, se dá por conta da publicização da Lei Maria da Penha.
“Como a Lei Maria da Penha foi a primeira que reconheceu uniões homoafetivas, nós entendemos que também esse número cresceu por conta das mulheres que mantém essa relação, e em razão da credibilidade da lei, elas estão denunciando mais. Infelizmente esse aumento está acontecendo também pela falta de mudança na cultura. Nós temos na verdade, nesses casos, não duas mulheres, mas sim uma vítima e uma agressora.” complementa a Delegada.
Homens protegidos pela lei “Alguns juristas entendem por analogia que a lei poderia ser estendida para proteger pessoas do sexo masculino, pelo fato não haver texto específico sobre proteção aos homens em casos de violência doméstica. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já se manifestou e declarou que a lei deve proteger somente a mulher, porém, alguns tribunais inferiores ainda divergem” afirma a advogada Raquel Minucci.
Quanto à proteção do homem, o Código Penal já contempla essa necessidade, porque há leis que preservam o ser humano, independentemente do sexo. A vítima poderá fazer um boletim de ocorrência (B.O) em uma delegacia, e se o caso for comprovado, a agressora será punida.

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