By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Edilson Kernicki (Rádio Najuá) – Imagem: Diário dos Campos
Em 2014, ele foi eleito deputado estadual com 62.762 votos (1,09% dos válidos), sendo que 42.831 deles foram conquistados em sua cidade natal, Ponta Grossa, fazendo dele o candidato mais votado (24,96% dos votos válidos). Mesmo com apenas 646 votos em Irati, foi o sexto candidato mais votado para o cargo no município. Na Amcespar como um todo, alcançou 2.971 votos.
Pauliki participou do Café com Notícias, na Najuá FM, na manhã desta segunda (13), e comentou alguns de seus planos para representar a região dentro da ALEP a partir do ano que vem. Disse que a votação recebida na região e a opção em trabalhar também pelo Centro-Sul se refletem pela campanha realizada aqui, e não só pelo histórico empresarial e social, mas também pela afinidade e pelas origens. “E essa origem não se coloca apenas em Irati, mas em Rio Azul, Rebouças, Prudentópolis e outras cidades tantas em que nós estivemos e tivemos a honra de obter votos de centenas de pessoas”, complementa.
Para ele, estar entre os 12 deputados estaduais mais votados logo na primeira vez que concorre ao cargo é um grande feito, assim como ser o mais votado de uma coligação que emplacou oito candidatos, o que o torna uma liderança da quarta maior bancada da ALEP. “Já estamos conversando aí, tendo contato com a Amcespar, onde teremos uma reunião em breve para que possamos ver todas as reivindicações, todas as questões que nós discutimos ao longo da campanha possam se tornar realidade com a representatividade, de direito e de fato, por toda a região”, anunciou o deputado eleito.
Entre as necessidades que ele diz ter observado nos municípios por onde caminhou ao longo da campanha, defende que as cidades do Centro-Sul precisam de mais “independência” em fatores que considera prioritário. O primeiro deles seria a saúde, no setor de média complexidade.
“Muitas cidades não têm nem maternidade”, pontua o deputado eleito, que aponta que isso implica na necessidade de muitas pessoas em procurar grandes centros para serem atendidas por especialistas. Para ilustrar a situação, ele comentou que viu em uma determinada cidade um outdoor que dizia que “a saúde ia bem” e que alguém acrescentou uma ironia, através de pichação, em forma de protesto: “só se for de ônibus”.
O segundo fator de independência que cidades de menor porte precisam criar, segundo ele, é quanto à oferta de empregos. “Hoje temos no país uma taxa de desemprego de 4,5%. Mas se colocarmos a taxa de desemprego entre os jovens de até 25 anos, chega a quase 14%. E na região Centro-Sul chega a 22%; praticamente ¼ da população jovem e economicamente ativa está desempregada. Precisamos trazer a independência da capacitação técnica para esses jovens e também o emprego”, acredita.
Industrialização
Pauliki sugere que isso seria alcançado com a atração de indústrias, como as do setor moveleiro – com o qual ele possui profundas relações – e outras que tragam emprego e demanda de mão de obra aos jovens. Ele também acredita que investimentos em segurança pública e na extensão dos projetos de contraturno social possam desenvolver as cidades. “Não existe cidade produtiva, progressista, se não for desenvolvida”, destaca. O deputado eleito cita como exemplos a Região Metropolitana de Curitiba (RMC), onde houve industrialização e demanda de mão de obra, mas depois teria desencadeado empobrecimento da população, que migrou para o entorno de Curitiba (a Região Metropolitana de Curitiba- RMC), que Pauliki caracteriza como um “cinturão de favelamento”.
Além disso, ele considera que desenvolvimento econômico não necessariamente reflete desenvolvimento social. Para ilustrar, ele cita a cidade de Telêmaco Borba, que há décadas recebeu grandes investimentos industriais (na área de celulose e papel), que ele considera que poderia ser uma das cidades mais desenvolvidas e, no entanto, é uma das que registram maiores taxas de homicídio e de violência do interior do Estado. Segundo ele, é necessário que o planejamento acompanhe o desenvolvimento e é seu lema de luta pelos municípios do Centro-Sul, dos Campos Gerais e do Norte Pioneiro.
Pauliki destacou que a expressiva votação recebida em Ponta Grossa (42.831 votos), a maior da história ponta-grossense para um só candidato à ALEP, confirma que ele não é representante apenas de um segmento, avalia, ao ressaltar que foi vitorioso em todas as urnas da cidade.
“Pretendemos trabalhar em todas as cidades, com todas as pessoas. E nossa marca registrada será a presença, a assiduidade, a frequência às cidades, podendo conversar com as pessoas. Em breve, estarei na Câmara de Vereadores agradecendo, como também nas Associações Comerciais, nos sindicatos e associações de moradores”, comentou.
Arrecadação de impostos
O deputado estadual eleito diz que não pretende colocar a política à frente das questões técnicas e que, por isso, o primeiro ato que terá a partir do dia 2 de fevereiro (início do expediente da ALEP em 2015) será a abertura da “caixa preta” da arrecadação de impostos nas cidades em que ele obteve votos. “Precisamos saber, junto com os prefeitos, qual é a real arrecadação das cidades. Hoje nós recebemos emendas e verbas dos governos estadual e federal e muitas vezes achamos suficiente. Mas o dia em que compararmos a arrecadação com esse valor que volta, vamos perceber a parcela ínfima que as cidades recebem”, acredita.
Segundo Pauliki, a carga tributária é pesada e precisa ser revertida em favor dos municípios.
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