quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Estudante de Direito denuncia colegas por comentários preconceituosos na internet



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Fábio Calsavara (Gazeta do Povo) Imagem: Roberto Custódio (JL)


Quando passou no vestibular, há dois anos, para o curso de Direito na Universidade Norte do Paraná (Unopar), a estudante Karina Januário da Silva não imaginava que um dia teria que acionar a polícia contra os próprios colegas de turma. Na segunda-feira (27), ela registrou um boletim de ocorrência contra um grupo de estudantes do curso. O motivo: mensagens maldosas escritas sobre ela e o namorado, que tem uma deficiência física em uma das pernas.
“Quando passamos do terceiro para o quarto semestre, houve a divisão das turmas e eu fui para uma sala diferente. Os alunos já tinham um grupo no WhatsApp onde trocavam informações a respeito de trabalhos, provas e outros assuntos. Nunca pedi para fazer parte desse grupo, mas o meu nome e o do meu namorado foram cogitados. Foi aí que começaram as ofensas”, explicou Karina.
Os comentários foram escritos na última quarta-feira (22). No dia seguinte, um colega de Karina mostrou para ela o teor das mensagens. Ela reuniu as provas e tentou contato com a direção da universidade, mas não obteve resposta, segundo Karina.
“Falei com o coordenador do curso e ele disse que nada podia ser feito. Tentei então com o diretor geral, mas ele também não tomou nenhuma atitude. Disse que como tudo ocorreu fora do ambiente da universidade, não há como a Unopar se responsabilizar. Nem mesmo falar com os alunos ele foi”, reclamou a estudante.
Além da esfera criminal, Karina também registrou a ocorrência na esfera cível. Em 25 de novembro, um inquérito deve ser aberto para investigar a denúncia. Em nota, a Unopar disse repudiar qualquer tipo de ato violento, de forma presencial ou virtual, que possa colocar em risco a integridade e o respeito entre a sua comunidade acadêmica.
O JL procurou a Unopar, que se manifestou em nota. A universidade informou que, após conhecimento do fato, tomou providências internas e orientou a estudante para resolução do caso. "A Unopar condena qualquer ação que fomente a discriminação ou o preconceito entre as pessoas baseada em diferenças de cultura, religião, nacionalidade, raça, classe social ou sexo. A instituição lamenta profundamente o ocorrido e coloca-se à disposição para quaisquer outros esclarecimentos adicionais”, diz trecho do documento enviado por e-mail.
Crime é recorrente entre estudantes universitários de Londrina
Este não é o primeiro caso envolvendo comentários preconceituosos feitos por estudantes de Direito nas redes sociais em Londrina. No início de setembro, Celiana Lúcia da Silva foi alvo de mensagens racistas por parte dos colegas de sala na Faculdade Arthur Thomas.
No relato à PM, Celiana acusou colegas de sala de ofensas graves, como o uso de frases racistas, que ridicularizavam a cor e as roupas dela. Como provas, usou diálogos travados pelo grupo no aplicativo WhatsApp, do qual ela não fazia parte. A estudante foi avisada das injúrias por uma amiga.
Em uma das conversas, os alunos comentam uma foto feita do pé dela. “É o pé da Celiana?”, pergunta um deles. “Com meia ou sem meia?”, ironiza outro, referindo-se à cor da pele dela. Outros estudantes também entram na conversa. “Achava que ela tava [sic.] de meia preta.”
A defesa dos estudantes apontados por racismo partiu para o ataque contra Celiana. O advogado Reinaldo Inácio Alves Júnior, representante de dois dos alunos envolvidos, qualificou o caso como uma “brincadeira de mau gosto” e estuda possível contra-acusação a Celiana por “denunciação caluniosa” – comunicação de fatos falsos a autoridades policiais.
“Ela é reincidente como vítima e sabia o que estava fazendo para prejudicá-los”, afirmou. Segundo ele, três envolvidos na conversa pediram desculpas à Celiana, mas o episódio foi antes de a aluna ter tido acesso aos diálogos.

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