By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Rádio Najuá – Imagem: Ilustração
Quase 300 mil litros de leite das marcas Líder e Parmalat
adulterados com formol estão sendo comercializados em cidades do Paraná e
de São Paulo, de acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Promotores
deflagraram nesta sexta-feira (14) uma nova fase de uma operação contra
fraudes na fabricação do produto no interior gaúcho. Ações de busca e
apreensão ocorreram em oito municípios. Uma pessoa foi presa.
Cooperativas
e transportadoras são suspeitas de aplicar formol, uma substância
cancerígena, no leite como maneira de aumentar o volume do produto.
A
LBR, empresa que comercializa as marcas Parmalat e Líder no país,
adquiriu uma carga adulterada, segundo a Promotoria. Caixas da marca
Líder foram enviadas para Lobato (PR), e da Parmalat, para Guaratinguetá
(SP).
Autoridades pediram à empresa LBR que
recolhesse o produto com suspeita de fraude dos mercados, o que não foi
feito, ainda segundo a Promotoria.
O Ministério
Público calculou o volume adulterado com base em documentos das
empresas, mas não soube informar os números dos lotes com problemas.
Análises
feitas em 12 amostras coletadas em fevereiro em uma unidade de
resfriamento em Condor (a 380 km de Porto Alegre) apontaram a presença
de formol na matéria-prima, segundo a Promotoria. Por isso, foram
pedidos mandados de busca e apreensão contra uma série de intermediários
que atuam no processamento do produto.
Nesta
sexta foram apreendidos caminhões de empresas suspeitas e mais
matéria-prima. Em Condor, foi encontrada soda cáustica em uma unidade de
processamento, mas não há confirmação de que a substância tenha sido
usada no leite.
Desde o ano passado, os
promotores gaúchos e a regional do Ministério da Agricultura vêm fazendo
ações contra irregularidades no produto. Já há processos tramitando na
Justiça do Estado contra suspeitos de fraudes.
Por
meio de nota, a LBR Lácteos Brasil, responsável pelas marcas Líder e
Parmalat, informa que assim que tomou conhecimento da possível
contaminação da matéria-prima utilizada na fabricação de seus produtos,
no dia 25 de fevereiro, recolheu preventivamente os lotes de leite UHT
do mercado, mesmo sem ter identificado anormalidades "em sucessivos
testes realizados".
"A empresa considera,
assim, que cumpriu com todos os procedimentos exigidos pela legislação e
observou as cautelas aplicáveis ao caso", diz a nota. A LBR afirma
ainda que realiza permanente controle no recebimento de matéria-prima e
em todo o processo produtivo, "seguindo os mais altos padrões de
qualidade".
Males à saúde
O
formol pode provocar danos no aparelho gastrointestinal, e a exposição
frequente à substância tem efeito cancerígeno. O Instituto Nacional do
Câncer afirma que não há níveis seguros de exposição ao formol, que é
associado ao câncer de nasofaringe e leucemia.
Segundo o Ministério da Agricultura, quem bebe leite adulterado não passa mal na hora - os malefícios surgem a longo prazo.
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