quinta-feira, 16 de maio de 2013

Prefeita de Colombo emprega 12 parentes na prefeitura



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC TV Imagem: RPC TV


Na prefeitura de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, doze funcionários são familiares da prefeita Beti Pavin (PSDB) e do vereador e ex-prefeito interino, José Renato Strapasson (PTB). São quatro secretários municipais, três diretores de departamento, três chefes de setor, um é secretário de gabinete e uma é procuradora. Todos foram nomeados neste ano e, de acordo com o Ministério Público (MP), de forma ilegal.
Este mandato na Prefeitura de Colombo teve um início conturbado. Apesar de Beti Pavin ter sido eleita, José Renato Strapasson, chamado de Pelé, assumiu o cargo. Isso porque Pavin foi considerada ficha suja pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A decisão, que a tornou inelegível, foi tomada ainda antes das eleições de 2012, mas, como Pavin não indicou outro nome para encabeçar a chapa, os votos concedidos a ela foram considerados nulos. Em fevereiro, o imbróglio jurídico foi resolvido parcialmente quando o ministro Marco Aurélio Mello, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em uma decisão monocrática, concedeu uma ação cautelar que permitiu que a tucana assumisse o cargo.
Depois deste impasse, vieram as nomeações. A divulgação do novos funcionários da administração municipal ocorreu de forma obscura. Ao invés de serem divulgadas no jornal, que ganhou a licitação para divulgar os atos do Executivo municipal, saíram no Diário Oficial do Estado do Paraná. Além disso, não atendem ao critério de legalidade. A Súmula Vinculante 13 do Superior Tribunal Federal (STF) considera violação da Constituição Federal a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau para exercício de cargos de comissão no poder público. Portanto, ilegais. O aspecto da imoralidade também é desrespeitado uma vez que os familiares acabam se fiscalizando.
O dinheiro que entra e sai dos cofres de Colombo é controlado por Márcio Strapasson. Ele é secretário de Fazenda. Ao lado desta secretaria, está o departamento de compras, responsável pela aquisição de todo o tipo de material. O chefe das compras, Geovane Moreira, é cunhado Márcio Strapasson, casado com a irmã dele. Na Procuradoria, mais um parente. Uma das diretoras, Mariana Strapasson, é irmã de Márcio e cunhada de Geovane.
Isso significa que as compras feitas por Geovane são pagas pelo cunhado, o secretário de Fazenda, e o papel de fiscalizar as operações dos dois fica com Mariana, que também é parente deles. Os três foram nomeados ainda quando Pelé era prefeito interino, e as contratações foram mantidas por Pavin. Inclusive, Pelé e Pavin são parentes distantes. “Colombo tem três quartos de família Strapasson, que não tem vínculo parentesco”, afirmou Pelé. O vereador confirmou que Márcio e Mariana são irmãos, contudo, ressaltou que Márcio e ele não são parentes.
Mas na realidade, Pelé é primo distante de ambos. Para ele, as contratações são normais. “Não vejo nada de parentesco que venha causar algo para a prefeitura. Nós tivemos na administração anterior duas irmãs e esposa secretária e eu também não vejo. Porque quando prefeito, ele coloca algo de confiança dele”, afirmou o vereador. 
A prefeita Bete Pavin não gravou entrevista. Sobre o parentesco de quem compra, quem paga e quem fiscaliza, assessoria de imprensa da prefeitura informou que fez uma consulta ao Tribunal de Contas (TC) do Estado do Parana. O TC, porém, nega que a consulta tenha sido feita.
Em nota, a Prefeitura de Colombo informou que nenhum dos citados na reportagem tem grau de parentesco com a prefeita que desrespeite a lei. A nota diz, ainda, que a nomeação dos secretários é livre e que a coincidência dos sobrenomes se deve à história da colonização italiana da cidade.




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