By: INTERVALO DA
NOTICIAS
Texto: Bonde News
Com base em uma consulta pública lançada pelo Ministério
da Saúde em 24 de setembro, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a
adotar novas regras para a realização da cirurgia bariátrica. Uma delas é
a diminuição da idade mínima para se submeter ao procedimento, que
passa de 18 para 16 anos. Outra é a mudança da técnica cirúrgica a ser
aplicada no atendimento público. Além disso, novos exames passarão a ser
obrigatórios. As alterações farão parte de uma nova
portaria, a ser anunciada nos próximos dias e com previsão de entrar em
vigor em 2013. Especialistas afirmam que as iniciativas
são positivas, mas não garantem a resolução de um dos maiores
problemas: a espera por uma cirurgia do SUS pode levar até dez anos. Para o cirurgião Ricardo Cohen, presidente da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), outras mudanças
também deveriam ser consideradas. "É importante incluir os
adolescentes, porém já existe um gargalo grave para a cirurgia em
adultos. O problema é como o SUS vai resolver isso", diz. A endocrinologista Rosana Radominski,
presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso) e
parceira do Instituto Movere, que trata da obesidade infanto-juvenil,
afirma que a inclusão dos jovens de 16 a 18 anos trará impacto positivo.
"O adolescente com 16 anos já amadureceu e dois anos, nessa fase, é um tempo muito grande. Eles vão ganhar muito com a possibilidade de fazer a cirurgia mais cedo." Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a decisão
de reduzir a idade está de acordo com recomendações internacionais e
atende a uma reivindicação do Conselho Federal de Medicina. "Estudos
mostram que o tratamento precoce da obesidade grave pode evitar a
ocorrência de uma série de problemas correlatos, como problemas
cardiovasculares." De acordo com a portaria, cinco novos exames passam a ser
obrigatórios antes da operação, entre eles a ultrassonografia de abdome
total, a ecocardiografia transtorácica e a prova de função pulmonar
completa com broncodilatador. Segundo o cirurgião Irineu Rasera, titular da SBCBM, a decisão
de incluí-los é acertada, desde que a aplicação desses exames não seja
obrigatória. "Muitos pacientes precisam desses exames e não os encontram
na rede pública. Se a decisão for que os exames estarão disponíveis,
vai ser positivo. Mas tornar obrigatória a realização de todos esses
exames pode engessar o sistema." Com a nova portaria, a técnica cirúrgica adotada pelo SUS
passará a ser a gastroplastia vertical em manga, no lugar da
ultrapassada gastrectomia vertical em banda. Para Cohen, trata-se de uma
adequação da portaria ao que já é praticado nos centros cirúrgicos.
"Essa cirurgia já não é feita desde o começo dos anos 1990, pois está
associada a reincidência de ganho de peso."
Plástica
O pacote traz a oferta de mais uma cirurgia plástica indicada para quem perdeu peso. Hoje, é possível fazer a correção do abdome. A técnica que o SUS passará a oferecer inclui reparação na área dorsal. O ministério deve começar a pagar uma equipe multidisciplinar, encarregada do tratamento. "Muitos serviços já ofertam esse tipo de assistência. Mas eles não recebiam pelo atendimento, algo que agora vai mudar", disse Padilha. A nova política muda os critérios para credenciamento de hospitais. Além de infraestrutura mínima, a instituição terá de formar uma rede com um centro de atenção básica e outro de média complexidade. As mudanças incluem reajuste de 20% do valor pago pelas cirurgias. Outras reivindicações da SBCBM que ainda não foram atendidas incluem a existência de um cadastro unificado de candidatos ao procedimento, a adoção da laparoscopia e a existência de uma política que priorize os pacientes diabéticos (mais informações nesta pág.). Padilha reitera que a consulta pública está aberta. "Outras mudanças poderão ser incluídas. Vamos avaliar as contribuições da sociedade."
Plástica
O pacote traz a oferta de mais uma cirurgia plástica indicada para quem perdeu peso. Hoje, é possível fazer a correção do abdome. A técnica que o SUS passará a oferecer inclui reparação na área dorsal. O ministério deve começar a pagar uma equipe multidisciplinar, encarregada do tratamento. "Muitos serviços já ofertam esse tipo de assistência. Mas eles não recebiam pelo atendimento, algo que agora vai mudar", disse Padilha. A nova política muda os critérios para credenciamento de hospitais. Além de infraestrutura mínima, a instituição terá de formar uma rede com um centro de atenção básica e outro de média complexidade. As mudanças incluem reajuste de 20% do valor pago pelas cirurgias. Outras reivindicações da SBCBM que ainda não foram atendidas incluem a existência de um cadastro unificado de candidatos ao procedimento, a adoção da laparoscopia e a existência de uma política que priorize os pacientes diabéticos (mais informações nesta pág.). Padilha reitera que a consulta pública está aberta. "Outras mudanças poderão ser incluídas. Vamos avaliar as contribuições da sociedade."
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