quarta-feira, 14 de março de 2012

DEPUTADOS NÃO SE ENTENDEM EM RELAÇÃO AO SABOR NOS CIGARROS

Cigarros com sabor vão ser retirados do mercado brasileiro em dois anos. A Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - decidiu, nesta terça-feira (13), restringir o uso de aditivos que dão sabor e aroma aos cigarros comercializados no Brasil. Na Câmara, onde o assunto já foi discutido diversas vezes na Comissão de Agricultura, parlamentares divergem sobre a decisão do órgão. Os aditivos são substâncias acrescentadas intencionalmente nos produtos derivados do tabaco para mascarar o gosto ruim da nicotina, disfarçar o cheiro desagradável, reduzir a fumaça e diminuir a irritabilidade da fumaça para os não fumantes. O cravo e o mentol são os principais aditivos utilizados nos produtos derivados do tabaco para conquistar novos fumantes. Cigarros com essas substâncias são os mais consumidos pelos jovens. A medida da Anvisa deverá ter um impacto direto na redução da iniciação de novos fumantes, principalmente crianças e adolescentes. Mas nem todos os aditivos foram banidos. A norma da Anvisa apresenta uma lista de oito substâncias que poderão ser usadas no processo de fabricação dos derivados do tabaco. O açúcar, por exemplo, vai continuar permitido, só que exclusivamente para recompor o que foi perdido no processo de secagem das folhas de tabaco. O deputado Marçal Filho, do PMDB de Mato Grosso do Sul, elogia a decisão da Anvisa: "Sempre entendi que esses aromatizantes, essas substâncias que são colocadas acabam por atrair cada vez mais pessoas ao uso do tabaco, do fumo. E nós sabemos, economicamente, os prejuízos que são gerados, já que as pessoas têm que acorrer ao SUS, ao sistema público de saúde, para tentar se tratar do mal que o cigarro faz. Além disso, temos que pensar em vidas humanas". No Brasil, o tabagismo é responsável pela morte de 200 mil pessoas todos os anos. Hoje, existem aproximadamente 25 milhões de fumantes e 26 milhões de ex-fumantes no País. Por outro lado, o deputado Jerônimo Goergen, do PP do Rio Grande do Sul, alerta para o fato de que milhares de produtores brasileiros que plantam fumo deverão ser prejudicados. Ele cobra medidas do governo para ajudar as aproximadamente 300 mil famílias na transição para o plantio de outras culturas: "Essa decisão, por mais que ela tenha argumentos sensíveis, tem um reflexo socioeconômico muito importante, e no momento em que ela foi tomada, põe em risco 2 milhões e 500 mil pessoas no Brasil que trabalham na cadeia produtiva da fumicultura. Então é fundamental que agora, a partir dessa decisão, o governo tenha medidas que visem assegurar a colocação, no mercado de trabalho, dessas pessoas". Os prazos para a indústria do tabaco se adequar às novas regras, contados a partir da publicação da resolução da Anvisa, são de 18 meses para os cigarros e 24 meses para os outros derivados do tabaco, como charutos e cigarrilhas.
Audio: Renata Tôrres (Radio Câmara)


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Renata Tôrres (Radio Câmara) – Imagem: Divulgação

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